Você já percebeu como o termo pensão alimentícia levanta debates inflamados, olhares enviesados e, muitas vezes, frases atravessadas nas conversas de esquina? Pois é. Poucos assuntos misturam justiça, dinheiro e emoção como esse. E aqui, na nossa fofoca reflexiva, vamos falar sobre ele sem romantizar, mas também sem apedrejar.
Afinal, o que realmente está por trás da pensão alimentícia? Quem paga? aquele ou aquela que recebe? também quem é que some? assim como, quem é a pessoa que grita por justiça, e, finalmente, quem de verdade se esconde atrás do silêncio?
- O que é pensão alimentícia na prática?
Em primeiríssimo lugar, devemos saber que pensão alimentícia é o valor financeiro que uma pessoa (geralmente um dos genitores) deve pagar para ajudar no sustento do filho ou filha após a separação conjugal. Embora o nome “alimentícia” remeta à comida, o termo abrange tudo que for necessário ao bem-estar da criança ou adolescente: moradia, educação, saúde, vestuário, lazer, transporte, entre outros.
Vale ressaltar que, em teoria, é um direito básico garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pela Constituição. Na prática, é um campo minado de emoções, ressentimentos e, muitas vezes, manipulação judicial travestida de responsabilidade afetiva.
2. O enredo da novela da vida real
Só para ilustrar, vamos imaginar o seguinte enredo: um casal se separa. A criança fica com a mãe. O pai promete ajudar, mas nunca deposita o valor combinado. No começo, dá desculpa. Depois, desaparece.
Provavelmente essa história parece familiar, é porque ela se repete em milhares de lares Brasil afora — e raramente vira manchete. E quando vira, o foco está quase sempre na figura da “mãe interesseira” ou do “pai caloteiro”, como se a pensão fosse uma briga entre adultos e não uma garantia mínima para a infância de alguém que não tem culpa de nada.
3. Pensão não é favor. É dever.
Sem dúvida alguma, todos nós sbemos que existe uma falácia perigosa em circulação: a ideia de que o pagamento da pensão alimentícia é uma forma de “ajudar” a mãe. Essa visão distorcida infantiliza os pais, culpabiliza as mães e desumaniza os filhos.
Pois muito bem, “Pensão não é gentileza. É responsabilidade”.
Além do mais, é bom deixar registrado que: quem paga não está “sustentando a ex”. Está contribuindo com aquilo que é sua obrigação perante um filho que continua existindo — com ou sem relacionamento entre os pais.
4. A justiça alimentícia e os buracos do sistema
A despeito de toda falácia, a lei é bastante clara: o não pagamento da pensão pode levar à prisão. Mas a realidade também é clara: os processos são lentos, as brechas são muitas e o medo de retaliação é constante. Há pais que recorrem de forma abusiva ao sistema para reduzir valores, procrastinar decisões ou até desacreditar a necessidade da criança — como se filhos fossem objetos negociáveis.
Por outro lado, também existem mães que instrumentalizam a pensão como forma de vingança, usando o valor como moeda de poder e chantagem emocional.
Você quer saber a verdade? Nenhum desses extremos representa a função legítima da pensão.
5. Fofoca reflexiva: quando a pensão vira castigo ou fuga
Em razão disso uma pergunta imprescindível aqui se faz necessária: se a pensão alimentícia é uma obrigação legal, por que tanta gente resiste em cumpri-la? Por que vemos tantos pais “sumidos”, tantos boletos vencidos e tantas mães emocionalmente esgotadas? tantos filhos chorosos pela ausência do pai? tanta mágoa e revolta em alguns filhos de pais separados que insistem em não cuidar deles, em não suprir as necessidades deles?
Por resposta podemos diquer que, é porque, no fundo, no fundo, a pensão mexa com feridas mal cicatrizadas: a culpa, o orgulho, a raiva, o luto da separação . Para alguns, pagar é aceitar que o relacionamento acabou. Para outros, é lembrar que existe um vínculo inquebrável — mesmo que a relação conjugal tenha morrido.
Por conseguinte, entendo que, quando a raiva fala mais alto que o afeto, a criança vira refém de um cabo de guerra.
6. A criança invisível no meio do conflito
De forma que, a grande verdade que extraímos do aqui exposto é que, se existe uma vítima silenciosa nessa história, é a criança .
Porque, categoricamente, ela não entende de boletos, nem de audiências nem tampouco de decisões judiciais. Ela só sabe é que um dos pais dela não está presente — nem emocionalmente, nem financeiramente. E essa ausência, por mais que os adultos tentem maquiar, deixa marcas profundas, às vezes até irreversíveis.
De maneira idêntica, porque pensão não é só sobre dinheiro. É sobre o reconhecimento de um laço, a validação de uma presença, a construção de um sentido de pertencimento. Quando isso falha, o buraco que se forma é muito maior que a dívida bancária.
7. Novela das oito versus vida real: por que será que “como conseguir pensão” está entre os temas mais buscados?
Com efeito, basta tão somente dar uma olhada rápida no Google Trends para perceber: “como pedir pensão alimentícia”, “pensão atrasada o que fazer” e “pai não paga pensão e some” estão entre as buscas mais frequentes na área de família e direitos.
É evidentemente que tal fato diz muito sobre a solidão jurídica e emocional de quem precisa acionar o Estado para garantir o mínimo. A vergonha, o medo de retaliação e o cansaço de ter que provar que um filho precisa de cuidados… são dores reais. E que precisam de escuta, não de julgamento.
8. E para concluir, Pensão não é vingança; É vínculo.
Finalmente, enquanto pensão alimentícia for tratada como castigo, disputa ou chantagem, continuaremos criando uma sociedade emocionalmente órfã — mesmo com pais vivos.
Portanto precisamos repensar o discurso, rever os papéis e resgatar o foco: a criança. O ser humano que precisa crescer com dignidade, segurança e amor.
Se essa reflexão tocou você, compartilhe. Porque, no fim das contas, a pensão é muito mais do que dinheiro — é sobre responsabilidade afetiva. E essa… não tem preço.